quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sala 2A.

Por que será que as coisas boas da vida um dia acabam??? E, infelizmente, esse dia chegou para alguns privilegiados que tiveram o prazer de trabalhar na sala 2A.
Daqui a alguns dias essa sala não existirá mais fisicamente, mas permanecerá no coração de 4 sortudos por muito e muito tempo.

Toda a história sentimental com esta sala começou em dezembro/09 e estendeu-se até janeiro/10.

Fomos criteriosamente selecionados para executar um trabalho muito importante que exigia uma grande capacidade intelectual. Tô zuando... na verdade toda a equipe foi despendida para fazer o “trabalho de SOX”. Sendo assim, eu e mais 3 pessoas resolvemos que o melhor lugar para realizar este trabalho seria na sala 2A (esta sala fica em um dos prédios da minha empresa). Trata-se de uma sala pequena, com uma grande mesa que comporta 6 pessoas (mas já chegou a ser ocupada por 10 pessoas, pode?!), tem uma impressora exclusiva com scanner, uma lousa enorme, persianas nas paredes de vidro (que viviam fechadas, óbvio) e porta com chave a nossa disposição.
Agora, para que as lembranças se perpetuem em nossas mentes, vou repassar à vocês os melhores momentos vividos nesta “sala do mal”. São passagens inesquecíveis e marcantes que, a cada vez que são lembradas por estas 4 pessoas, provocam uma crise de riso e saudade. Algumas delas são...

Assim que chegamos a esta sala, resolvemos abarrotá-la com balas, chicletes, bolachas, pirulitos, chocolates e outras cositas calóricas. Era nossa forma de relaxar, de curtir o dia, de dar uma pausa e de... engordar, é lógico. Segundo o rapaz do Shop to Go, aquilo se tratava de mercado paralelo.

Outra forma de relaxar era ouvindo música. Como estávamos sozinhos, podíamos ouvir nossas músicas sem que fosse preciso utilizar-se dos fones de ouvido. Simplesmente fazíamos uma votação e definíamos o som que imperaria durante o dia. O problema é que nos empolgávamos taaaanto que, não nos contentávamos apenas em ouvir as músicas, mas sim precisávamos cantar para relaxar mais.
Desta forma criamos as “sextas musicais”. Toda sexta-feira lançávamos mão de um estilo musical e cada um devia puxar uma música para os demais cantarem. Com isso relembramos alguns sucessos sertanejos como Fio de Cabelo, Brincar de Ser Feliz, Entre Tapas e Beijos e Evidências. Houve o dia do pagode, também, onde desenterramos pérolas como Lá vem o Negão, Inaraê, Domingo e Pagode da Amarelinha. Teve também o dia do Axé, que contou com clássicos como Segura o Tchan, Ê Saudade e A Nova Loira do Tchan. Mas o ápice ocorreu na “sexta da MPB”, mais especificamente quando liberamos todo o nosso recém descoberto talento musical na canção Como os Nossos Pais.

Em uma dessas “sextas” descobrimos que éramos apaixonadas (é isso mesmo, apaixonad(AS), pois os homens não demonstraram tanta empolgação) pela Beyoncé. Sendo assim, dedicamos um dia inteiro à nossa diva, cantando e treinando os passos de forma repetida da música Single Ladies. Toda essa empolgação, na verdade, era porque queríamos arrasar na festa da empresa. Mas, quando a tal música tocou na baladinha, já estávamos tão bêbadas que só lembrávamos daquele passo em que ela torce a mão de um lado para outro, tipo a coreografia daquela música de infância “Ou tralálálálálálá ou”, manja?!

Para acabar de uma vez por todas com o nosso momento Beyoncé, um dos meninos resolveu nos apresentar aquele que nos faria esquecer todos os nossos problemas: “Meu Ursinho”. E com isso começamos uma nova fase. A fase Ídolos. Assistimos o vídeo (ah, esqueci de falar. Descobrimos um ultra-secreto acesso ao YouTube) de um rapaz que participou do programa Ídolos e apresentou uma composição própria, chamada “Meu Ursinho”. A letra fala o seguinte: Meu ursinho UUUUURGH (isso é um grito heavy metal, ok?!)/ Eu gostava muito dele/ Eu o amava bastante/ Se você não devolver/ Vou te tacar uma estante/ Meu ursinho UUUUURGH / Meu ursinho UUUUURGH / Você roubou o meu ursinho/ Meu ursinho eu vou querer/ Se você não devolver/ Eu vou ter que te bater/ Meu ursinho UUUUURGH/ Meu ursinho UUUUURGH/ Eu vou dizer pra tia/ E você vai se ferrar/ Se você não devolver/ Eu vou ter que te quebrar/ Meu ursinho UUUUURGH/ Meu ursinho UUUUURGH/ Era meu melhor amigo/ Tem valor sentimental/ Se não devolver por bem/ Vou te pegar por mal.
Isso virou, por alguns dias, um hino para nós. Mas, antes que enjoássemos, descobrimos um vídeo chamado O melhor dos piores do Ídolos. E foi assim que descobrimos que sempre há algo pior. Este vídeo tem de tudo. Tem o “Toma maderada, toma, toma”, a menina do “U U U U U U”, o cantor de música americana mais enrolation que eu, o “Trimmmmm... Trimmmmm... Você tem um minuto”, a Gretchen 5x mais vagaba e, por fim, o Entupido. O entupido é um garoto de voz completamente nasalada que cismou que era cantor e resolveu estragar a música Bola de Sabão, da Claudia Leite. Depois de conhecê-lo simplesmente esquecemos o Meu Ursinho e, cada vez que alguém soltava “Baby, Baby” de forma entupida, nós chorávamos de rir. Na verdade, isso ocorre até hoje.

O mesmo cidadão que nos apresentou as pérolas acima descobriu algo que mudaria sua vida. Trata-se do “cogumelo do sol”. Segundo ele, essa coisa faz bem para: aids, angina, arteriosclerose, alergias em geral, bronquite, câncer, colesterol; diabetes, doenças cardiovasculares, doenças da pele, estômago, doenças da terceira idade, falta de apetite, fígado, gastrite, hemorróidas (????), hipertensão arterial, hipertrofia, infarto, intestino, mama, ovário, pneumonia, próstata, pulmão, reforçar o sistema imunológico, rins, trombose, tumores em geral. Se não bastasse ele nos ter infernizado durante um bom tempo com esse troço, ele fez questão de comprar, pode?!

Não podendo ficar para trás, o outro rapaz que estava conosco também resolveu impregnar com um assunto. O tema escolhido por ele foi um raio de Síndrome de Burnout. Trata-se de uma síndrome que atinge profissionais que não respeitam seus limites na busca por resultados. Segundo ele, nós 4 estávamos sofrendo essa síndrome (ai meu Deus!!!) e por isso falou dela por uma semana.

Em um determinado dia a o prédio ficou sem força e, para não estressar tanto, decidimos relembrar os velhos tempos e começamos a jogar Stop. De repente um começou a inventar nome de filme, a outra nome de cigarro, até cor estavam querendo inventar. PS. A força voltou em 10 minutos, mas a brincadeira levou a tarde toda.

Para relaxarmos um pouquinho mais, minha companheira e amiga de sala resolver levar para o trabalho um celular com TV. Imagina só.... quem não deseja trabalhar assistindo à sessão da tarde, vale a pena ver de novo, hoje em dia...

Foi mais ou menos neste período que desconfiei dos sentimentos de um dos rapazes por mim. Ele já havia dito que me amava e quando perguntei, na maior inocência, que número calçava, ele me lançou um olhar cheio de segundas intenções e perguntou de forma maliciosa: “Porque você quer saber?”. Eu, assustada, disse que estava estranhando o seu olhar e que tinha percebido malícia na forma como ele estava falando comigo. Então ele esquivou-se e respondeu minha pergunta: “Eu calço 42”. “Oh my God”, pensei. Agora quem estava apaixonada era eu....
Esclarecendo, ele disse que me amava só porque eu o informei que para controles magnéticos era necessária apenas uma evidência, mas beleza.

De um dia para outro o computar do menino “eu calço 42” pifou. Depois de abrir um chamado no Help “Esquece” sua solicitação foi atendida por um ser lunático. O técnico entrou na sala falando ao celular, tentou arrumar o computador do 42 ainda falando ao celular e, do nada, o cara caminhou em direção à porta falando (no celular, claro) algo sobre “...ela deve ter morrido...” e “...ele é muito importante...”. Então, depois de assistirmos a toda a cena, perguntamos o que estava acontecendo. Ele desligou o celular e calmamente nos disse que a mocinha da central de suporte não atendia o ramal (por isso supôs que talvez ela tivesse morrido) e que uma pessoa muuuuito importante estava chamando um técnico. Com isso nosso amigo percebeu que não se tratava apenas uma pessoa muuuito importante, mas sim de alguém que era muuuuito mais importante que ele. E foi aí que o técnico lunático soltou sua pérola do dia: “Então... amanhã eu volto aqui no limite do seu horário”. E, como não poderia deixar de ser, perguntamos em coro: “E qual o limite do horário dele???”. Ao que ele responde: “Não sei. A que horas você vai embora amanhã?”. Sem comentários, né?!

Falando agora de trabalho (ôrrrra, até que enfim, né?!) decidimos que era hora de trabalhar. Decidimos isso, na verdade, por que nossa excelentíssima chefe de equipe antecipou o término do trabalho para 1 semana. Depois de ficarmos desesperados, nervosos e estressados, decidimos que era hora de elaborar um plano de ação. Então, lançamos mão de alguns artifícios aprendidos no curso de Administração da faculdade (até que enfim serviu para algo). Elaboramos um cronograma para o cumprimento do trabalho durante os 5 próximos dias. Utilizamos também 2 fatores motivacionais: o reconhecimento e a gratificação. Quem terminasse o trabalho nos próximos 5 dias ganharia algo. No 1º. dia ganharia uma caixa de bombom e um pacote de bala. No 2º. Um pote de bis e um pacote de balas. No 3º. Uma caixa de bis e uma coxinha da Ofner. No 4º. Um pacote de balas e, no 5º..... nada, né?! Afinal não seria mais que a obrigação entregar o trabalho do prazo estipulado. Como reconhecimento, lançamos um Top Four para medir o desempenho de cada um e destacar o funcionário que mais trabalhava. E não é que surtiu efeito???!!! O trabalho não terminou no prazo estipulado (claro), mas terminou!!!

É minha gente. Essas são apenas algumas das histórias que aconteceram na sala 2A. Está explicado agora o porque ela sempre ficará em nossos corações?

Um beijo enorme aos 4 personagens que fizeram parte desta história.

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