terça-feira, 24 de novembro de 2009

Uma simples noite de sábado....


A favor da liberdade para se comer pizzas!

Não meus caros, não se trata de poder ou não comer pizza, regime, calorias ou malhação.
Este post denunciará toda uma situação envolvendo uma simples noite de sábado recheada de pizzas.

Eram aproximadamente 7 da noite quando minha madrinha teve a grande idéia de comermos pizza. Estávamos, até aquele momento, tia Rosana, tio Paulo, Melina (minha prima e filha mais nova do casal anterior), minha madrinha e eu.
O destino combinado era a casa da tia Rosana e tio Paulo (obs. importante: esta casa NUNCA está vazia). Enquanto partimos para lá, minha madrinha foi até sua casa buscar um livro para emprestar à minha tia Rosana.
Assim que chegamos já encontramos com a Marcela (minha prima e filha mais velha dos donos da casa, portanto co-dona da casa também), seu namorado Bruno e seu filhote Rafinha. Após os cumprimentos, minha tia sacou de uma gaveta uns 50 panfletos de pizzaria para escolhermos. Escolhida a pizzaria, começou a discussão sobre os sabores. Essa parte geralmente é bem complicada, né?! Quando estamos apenas o Luiz e eu já há um “pega pra capá” quanto aos sabores. O Lú não come cebola de jeito nenhum e eu sempre peço pizza de portuguesa. Como somos apenas nós dois, seria muito fácil se cada um escolhesse uma metade da pizza, sim?! Errado, pois um tem que dar pitaco na do outro. Como eu peço SEMPRE de portuguesa, ele sempre grita de onde está: “Tem que ser sem cebola, viu?!”. Obviamente, eu para não ficar por baixo, sempre implico com os sabores que ele escolhe. Atum com ovos gratinada – “DE NOVO???”, Frango com Catupiry – “AH, MUITO SECA!!!”, Calabresa (sem cebola) – “NÃO, NÃO, SEM CEBOLA NÃO TEM GRAÇA”, e por fim, logo após a mocinha da pizzaria nos mandar para o quinto dos infernos, decidimos ficar com meia portuguesa SEM cebola e meia atum com ovos gratinada (percebe-se que toda a minha discussão foi apenas para encher o saco, né?! Sempre optamos por ela). Bom, se essa confusão toda ocorre com 2 pessoas escolhendo uma simples pizza, quem dirá 6 pessoas escolhendo.... ah, outra discussão, quantas pizzas iremos pedir????
Bom, 1 hora depois ligamos para a pizzaria e fizemos o nosso pedido. Aleluia!!!
Enquanto aguardávamos ansiosos (e como) a entrega das pizzas, chegaram à casa da minha tia: tio Ítalo, Mayara (minha prima, filha do meu tio Ítalo), minha madrinha, tia Regina (mãe da minha madrinha e minha tia avó), Tonino (irmão da minha madrinha), Fabinho (marido da Melina) trazendo suas 2 afilhadas, Daniele, Douglas e a pequena Lavínia (o Douglas é o irmão mais novo do meu tio Paulo, a Dani é sua noiva e a Lavínia é a filhinha do casal). Quando vi esse monte de gente, óbvio, achei que era festa. Então falei para o meu tio Ítalo ligar e chamar sua mulher. Solicitação atendida, chega então minha tia Regiane e o outro filho do casal, o Mário. Ah... que delícia, parte da família reunida!!! Só faltam as pizzas.
BI – BI! BI – BI! (sonoplastia da buzina da moto do entregador de pizza). U-HU, não faltam mais, elas chegaram!!! Nossa, quanta agitação. Enquanto a Mayara descia para pegar as pizzas, minha tia e eu arrumávamos a mesa e chamávamos as pessoas. A Lavínia se instalou em uma das cadeiras e começou a cantar o seguinte bordão: “PIA, PIA, PIA (querendo demonstrar toda a sua felicidade com a chegada das pizzas. PIA, na linguagem dela, significa Pizza). De repente a Mayara grita lá da rua: “Tio Paulo, desce aqui!”. Óbvio, muitas pizzas para a coitada trazer sozinha. Em seguida ouvimos o tio Paulo: “Tonino, vem cá!”. Não é possível, três pessoas para trazerem 5 pizzas??? Ou será que pegamos aquelas promoções do tipo “compre uma e leve duas”. Será???? Que tudo, pensei, já sentindo uma fome do caramba.

E assim continuamos lá, a espera das tão aguardadas e desejadas pizzas, quando a Mayara adentra a cozinha com a face pálida.
- Nossa, o que aconteceu? Perguntamos todos juntos.
- Gente, roubaram a moto do entregar! Ela conseguiu balbuciar.
Logicamente, todos correram para a janela afim de ver alguma coisa. Conseguíamos ver o entregar com o celular pra lá e pra cá, meu tio olhando para o final da rua e o Tonino ainda tentando entender a situação. Enquanto isso, a ingênua Lavínia, que de ingênua não tem nada pois conseguiu entender direitinho a situação, continuou sentadinha do mesmo jeito e começou a cantar o seguinte bordão: “hum tem PIA” (querendo uma resposta a para questão “Não tem pizza”?). Pode???
A minha fome era tão grande que me fez soltar a seguinte pergunta: “Ok, ok, roubaram a moto do entregador. Mas onde estão as pizzas???”
E a Mayara, na inteligência dos seus 12 anos me disse: “Dãããããããããrrrrrrr, estava na moto!!!!!”

Foi aí que meu desespero começou. E as questões filosóficas também, óbvio. Tenho por hábito enxergar uma situação sempre por uma ótica mais profunda.

Segundo a Mayara (testemunha presente no momento em que os delinqüentes agiram) disse-nos que 2 meninos (pois segundo ela, ambos eram do seu tamanho. Na verdade, relato inútil, pois ela com 12 anos já está do meu tamanho) que vinham do início da rua do nada pularam na moto e a levaram no momento em que ela estava entregando o dinheiro ao motoboy. Então ela gritou meu tio Paulo, que em seguida gritou o Tonino. E para finalizar, repetindo as mesmas palavras usadas por ela: “ E foi isso!”

Meu Deus, como assim “foi isso”??? Várias questões se passaram pela minha cabeça:
- Geralmente os entregadores de pizza trabalham com motos próprias, ou seja, não haviam roubado apenas a moto de uma pizzaria, mas sim o meio de trabalho de uma pessoa;
- Olha o ponto onde chegamos, meninos (segundo a Mayara) roubando um trabalhador em pleno exercício de sua função.
- Minha família mora neste mesmo lugar desde que se entendem por gente e todo mundo no bairro sabe disse.
- Os meninos não estavam interessados nas pizzas, óbvio. Então porque não aguardaram que a entrega fosse feita e depois agissem? Nossa, que frieza a minha! Mas foi um pensamento...
- E a coitada da Mayara, ficou super assustada com o que aconteceu;
- Aliás, quem foi o sem noção que mandou uma criança de 12 anos descer para pegar as pizzas?
- Por falar em Mayara, alguém precisa ensinar para essa menina que primeiro se retira a mercadoria, depois se paga. Olha que sem noção, estava entregando o dinheiro ao motoboy sem ter pego as pizzas, fala sério.
- E por falar nisso, será que se a moto for encontrada, as pizzas ainda estarão quentinhas?
- Ai, ai, ai... tem como alguém conversar com a Lavínia e explicar a situação para ela. Tipo assim: “Lalá, num vai tê pia agola. Uns minininhos folam passiá com a motoca do tio da pia, mas já já eles chegam, ta bom lindinha?”

Bom, enquanto eu pensava tudo isso, deu tempo do entregador ligar para a polícia, meu tio Paulo ligar para pizzaria e comunicar o ocorrido, a pizzaria entrar em contato e avisar que os policiais encontraram a moto na altura do motel Jumbo (um dos pontos de referência da Sapopemba, a 3ª. maior avenida do mundo – Nossa, sentia o maior orgulho de falar isso quando morava na Zona Leste), meu tio Paulo ir com o Tonino e com o motoboy até a pizzaria e os policiais chegarem até a casa dos meus tios. Afê!!!
Na verdade, a moto do entregador tem um alarme que bloqueia a moto em 100 metros. Um chip fica na moto e outro no cadarço dele (seja lá o que for esse sistema) Só sei que, assim que roubaram, o entregador apertou esse chip e quando a moto parou, havia um carro da polícia bem no local (Nossa, inédito!). Assim que a moto parou, os “meninos” abandonaram-na e saíram correndo. Os policiais, muito ligeiros, avistaram a caixa acoplada da pizzaria e entraram em contato. E enfim, a história terminou.

Ah Tá!!! Terminou uma ova, eu ainda estava com muita fome!!!
Meu tio, na pizzaria mesmo, fez novos pedidos (na verdade o mesmo, pois senão seriam novas confusões quanto sabores, cebolas, etc...) e pediu para entregarem.
Enquanto aguardávamos a nova entrega, ficamos planejando alguns meios de segurança, do tipo um subir na laje, outro ficar na janela, e todos se comunicando através do rádio (é Mané, na casa dos meus tios, todos têm rádio). E, óbvio, na linguagem TKS e QAP.... RS

Para entregar as pizzas, o próprio dono da pizzaria foi com o seu carro até a casa dos meus tios. O coitado não queria outro prejuízo, com certeza. Praticamente todos os homens desceram para busca-las, inclusive o Rafinha, que ao subir as escadas, deixou sua esfiha de chocolate cair e todo o recheio ir para o estômago na Princesa (a cachorra de segurança -kkkk- dos meus tios). Ficamos sabendo disso porque na hora em que a Marcela foi cortar a esfiha para o Rafinha comer, ela ficou reclamando que tinha vindo pouco chocolate, que era miguelagem, que devia ser chocolate de 3ª.....
Bom...
Mesa pronta, pizzas quentinhas, estômagos famintos. Combinação perfeita! Noite perfeita!
Mas a diversão apenas começou quando a minha tia soltou o seguinte comentário: “Gente, anota o nome dessa pizzaria para nunca mais pedirmos pizza lá!”
Nesse momento eu não agüentei e soltei: “Tia, na verdade, a pizzaria é que está anotando seu nome e endereço para NUNCA mais atender seus pedidos.”

Depois desse prejú que a pizzaria levou (pois teve que jogar fora as 5 pizzas “roubadas”) e de toda a dor de cabeça causada, minha tinha ainda quer pagar de importante.... Ah ta!

Bjos.

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